Mudança de hora: afinal, por que o fazemos e o que nos causa?
- Mánela Cinco das Três®

- 25 de out.
- 3 min de leitura

O outono traz sempre um ritual curioso: a mudança de hora. Voltamos a ajustar os relógios, ganhamos uma hora de sono e os dias parecem mais curtos. Mas já parou para pensar por que razão isto acontece? E, mais importante, esta alteração faz bem — ou mal — ao nosso corpo e à nossa rotina?
De onde vem esta ideia?
A mudança de hora tem mais de um século de história. A primeira vez que foi implementada em larga escala ocorreu em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, quando a Alemanha decidiu adiantar os relógios para poupar carvão e aproveitar melhor a luz natural. A ideia espalhou-se rapidamente por outros países, incluindo Portugal, que a adotou no mesmo ano.
A intenção era simples: reduzir o consumo de energia e ajustar o ritmo diário à duração da luz solar. Durante o verão, os dias são mais longos e, ao adiantar os relógios, as pessoas podem trabalhar e circular com luz natural até mais tarde. Com o tempo, este hábito foi sendo retomado e ajustado, sobretudo durante as crises energéticas do século XX.
Quando muda a hora em 2025

Em 2025, a mudança de hora seguirá o calendário europeu habitual:
A hora de verão começa a 30 de março, com o adiantamento dos relógios em uma hora (das 01:00 para as 02:00).
A hora de inverno regressa a 26 de outubro, com o atraso dos relógios em mais uma hora (das 2h para a 1h).
Em teoria, esta prática visa harmonizar os horários entre os países da União Europeia, facilitando os transportes, as comunicações e as atividades comerciais. No entanto, o debate sobre a sua utilidade está longe de estar encerrado.
Faz bem ou faz mal a nós?
A verdade é que o corpo humano gosta de rotinas estáveis e a mudança de hora desafia o nosso relógio biológico. O simples facto de adormecer ou acordar uma hora mais cedo ou mais tarde pode causar fadiga, irritabilidade, menor capacidade de concentração e alterações de humor nos primeiros dias após a mudança.
Estudos mostram que este pequeno "jet lag sazonal" pode afetar a produtividade e aumentar ligeiramente o risco de acidentes rodoviários na semana seguinte à mudança.
Por outro lado, há quem defenda que o horário de verão traz benefícios: mais luz ao fim do dia, mais tempo para passear, praticar desporto ou conviver e, em teoria, alguma poupança energética, embora esta vantagem seja cada vez menos relevante face ao consumo moderno.
E afinal, faz sentido continuar?
Do ponto de vista histórico, sim, pois foi uma solução inteligente para uma época em que a energia era escassa e o ritmo de vida dependia da luz solar.
No entanto, no mundo atual, altamente digital e iluminado 24 horas por dia, o impacto positivo é questionável. Ainda assim, a abolição desta prática não é simples, uma vez que exige coordenação entre países e adaptação dos sistemas económicos, tecnológicos e sociais. Por conseguinte, é provável que a mudança de hora se mantenha, pelo menos, por mais alguns anos.

Como preparar-se para a mudança
É possível adaptar-se, bastando para isso tomar algumas medidas práticas:
Adiante ou atrase progressivamente o seu horário de sono nos dias anteriores.
Evite ecrãs antes de dormir, para ajudar o corpo a ajustar o ritmo circadiano;
Planeie o seu dia seguinte, sobretudo se tiver compromissos cedo de manhã.
Aproveite também a hora extra que terá em outubro, quando o relógio recuar, para fazer algo que normalmente não tem tempo: um pequeno-almoço demorado, uma caminhada ou simplesmente... descansar.
Em 2025, a mudança de hora ocorrerá no dia 26 de outubro. Prepare-se, ajuste os relógios e não se esqueça de cuidar também do seu relógio biológico. Porque o tempo muda, mas o seu bem-estar deve permanecer em harmonia.




