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Está a chegar o São Pedro de Sintra e já se sente o cheiro a festa no ar!

  • Foto do escritor: Mánela Cinco das Três®
    Mánela Cinco das Três®
  • 27 de jun.
  • 3 min de leitura


Sintra, com os seus palácios, névoas encantadas e ruas que parecem saídas de um conto de fadas, tem um lado que muitos desconhecem: o lado que dança, canta e celebra com alma. E se há altura do ano em que isso se nota, é agora. Porque o dia 29 de junho está mesmo a chegar — e com ele, o São Pedro, o padroeiro da vila.


Véspera de São Pedro. A azáfama já se faz sentir: as luzes estão a ser penduradas, os arraiais estão prontos a abrir, as marchas estão a fazer os últimos ensaios e as sardinhas... bem, essas já começaram a perfumar as travessas e os corações.


Mas... quem era São Pedro?


Segundo a tradição, São Pedro foi pescador, amigo pessoal de Jesus Cristo e o primeiro Papa da Igreja. Homem de fé, de palavra e, segundo se conta, com o coração no sítio certo, ainda que de vez em quando precisasse de uma segunda oportunidade (quem nunca?).


É precisamente por isso que é padroeiro dos pescadores, das comunidades ribeirinhas e de muitos locais onde o mar é alma e o peixe, sustento.


E por que razão é que Sintra o celebra com tanto orgulho?


Porque, apesar de não estar junto ao mar, Sintra tem o mar no coração. A vila tem também uma ligação antiga e forte a São Pedro: a festa em sua honra é uma das mais tradicionais da região, com arraiais históricos, marchas populares, celebrações religiosas e, claro, convívio em abundância.


Nesta altura, Sintra veste-se de festa. As ruas ganham vida com bandeirinhas, o som dos arraiais ecoa pelos bairros e há uma alegria que se sente em cada esquina — aquela alegria genuína de quem celebra o que é seu, com orgulho e identidade.


E fora de Sintra? Também se festeja, e muito bem!


Não é só Sintra que se rende a São Pedro. De facto, o dia 29 de junho é celebrado de norte a sul do país, especialmente em localidades com tradição piscatória ou com um forte espírito comunitário.


  • A Póvoa de Varzim, por exemplo, celebra o São Pedro de forma única, com dias de festa, barcos engalanados e procissões marítimas que enchem os olhos e o coração.


  • Montijo, Barreiro, Seixal, Gafanha da Nazaré ou mesmo algumas zonas do Alentejo e Açores também celebram com entusiasmo: há mastros decorados, marchas bairristas, arraiais, concursos de sardinha assada e até feriado municipal, como no Seixal.

É o fecho em grande dos Santos Populares e, para muitos, é também o mais familiar, o mais “da terra”, aquele que se vive entre vizinhos com cheiro a grelhado e som de arraial.


O São Pedro é para todos


Não importa se nasceu em Sintra ou se só lá vai ao fim de semana: o São Pedro recebe todos de braços abertos. É tempo de comunidade, de partilhar uma sardinha, de oferecer um manjerico, de dançar ao som do arraial e, quem sabe, de reencontrar vizinhos que já não via há meses (ou anos).


E mesmo que não seja religioso, há sempre espaço para um brinde, uma gargalhada e aquele momento em que o passado e o presente se cruzam num copo de vinho e num prato de caldo verde.


Por isso, sim, é véspera de São Pedro. E isso sente-se por completo por aqui.

Amanhã, os habitantes de Sintra vão dançar, comer, cantar e celebrar. Hoje, aquecemos os corações. Porque, quando uma vila (ou uma cidade, ou uma aldeia) se une em torno da sua festa maior, há magia no ar.


Feliz São Pedro de Sintra (e do resto do país)!

E se vir um manjerico a piscar-lhe o olho, aceite. Pode ser o santo a mandar-lhe um sinal.

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